DOMINGO CHUVOSO NO CERRADO (soneto)
Cerrado, as nuvens se encolheram O céu abriu-se em gotas molhadas A voz do vento dando gargalhadas E as trovoadas o silêncio corroeram
Devagar veio o cheiro em pancadas As folhas secas lânguidas desceram Ao chão, encharcado e, obedeceram Silenciosamente as suas chamadas
Uma a uma, gota a gota, vieram Mansamente forrar as esplanadas Cumprindo o fado que advieram
Aí, a relva e as árvores prostradas Usufruindo, agradecimento fizeram As chuvas no cerrado, tão clamadas
© Luciano Spagnol poeta do cerrado
Cerrado goiano