FINADOS
Perdida é a paixão no finados, ó Deidade! Dentro do silêncio das lembranças, o choro Dos que já se foram. Vácuo no peito em coro E as orações repetindo o lamento, piedade!
Tantas flores pra tantas covas, pesar em goro Tantos prantos pra tantas dores, familiaridade Desfiando suspiros, em tal trágica fatuidade No ocaso de glórias num plangor tão canoro
Devagar é o enterro no aflitivo perdido laço Onde os olhares, passam, sem dar passo Murmurando no vazio que o coração brade
Cada qual pega na alça do triste compasso De conta em conta na magoa num repasso Deixado as lágrimas e, arrastando saudade
© Luciano Spagnol poeta do cerrado Novembro de 2018 Cerrado goiano