SONETO CHOROSO
Choroso soneto, meu, tão chorado Sem leveza, sem arte, sem ternura Traçados pela sorte em desventura Em vagidos manhosos desentoado
É tristura na trova, e desesperado O estro. No papel cheio de ranhura Sem condição de uma doce leitura Afrontando o coração desgraçado
E nesta tal tirania de infeliz criatura Ditosos algozes. No peito abafado Surgindo da sepultura da amargura
Ó sátira mordaz, de sentido perverso Deixe o teu jugo imóvel e silenciado Guie só fausta melodia ao meu verso
© Luciano Spagnol poeta do cerrado 2018, outubro Cerrado goiano