SONETO DO LAMENTO
Quando, o acaso na má sorte vem O lamento soluça no tal sentimento Que maldigo o fado sem entendimento Das lágrimas do azar que consomem
Sou tal sofredor deste encoscoramento Que invejo o estado de quem não tem Da bonança e fortuna dos que vão além Descontente é o meu porte sem portento
Se a amargura é algo que me convém É, pois, de desprezo feito meu momento Tal quem destinado à vida com desdém
E nesta lama, enlameado é o meu contento Pois triste é lembrar que sorte não contém Mas sereno, tenho a Deus como fomento
© Luciano Spagnol poeta do cerrado Março de 2017 Cerrado goiano