SONETO NO CREPÚSCULO
Morre o dia. Aqui no cerrado goiano Dizemos-nos adeus silenciosamente À meia luz do entardecer confidente O sol no horizonte desfalece profano
Em um purpureado lôbrego poente O céu é degustado pelo breu ufano Num longo abraço de um cotidiano Do sol e a terra num valsar ardente
Da vidraça, o crepúsculo soberano Invade o quarto numa luz pendente Vindo do luar voluptuoso e fontano
E, como uma orquestração silente A noite se prostra num olhar arcano Embalando o dia misteriosamente…
© Luciano Spagnol poeta do cerrado 2016, novembro Cerrado goiano