Luis Pasito: Sinto falta de uma conversa sadia,…

Sinto falta de uma conversa sadia, realmente útil, sobre como somos, sobre como vemos e interpretamos todas as coisas; sinto a falta de uma conversa que nos ligue a pontos de verdade, de uma conversa que nos tire do ridículo de apenas falar de coisas e o que é pior, falar dos outros. Sinto falta de uma conversa aberta, não de monólogos, quando por exemplo: do outro lado alguém diz….é, e mais nada vem a seguir após você ter dito algo fora da mesmice. Já não suporto mais convites para ver coisas, quando da aquisição de casas, apartamentos, carros e até tapetes e utilidades domésticas. Parece que a vida dessa gente transformou-se em uma vitrine onde ficam expostos somente produtos quebradiços. Em suas reuniões e encontros importam-se mais com a qualidade da comida e da bebida do que com o evento e o assunto dirigido aos seus convidados. A troca de inutilidade dos assuntos compara-se somente a hipocrisia dos abraços e beijinhos, desnecessários se houvesse amor maior no coração. A verdade sobre as coisas raramente é expressa nesses encontros, parecem inverter o papel do filtro cerebral deixando passar apenas efemeridade e superficialidade. Em uma reunião comemorativa ou corriqueira que seja, extrai-se muito pouco, apenas para um bom observador é interessante, porque este busca resultados para seu próprio entendimento. Mais de noventa por cento dos acontecimentos e circunstancias envolvendo a raça humana são bons, no entanto, as noticias e as mensagens que tentam nos imprimir são de acontecimentos ruins e catastróficos, onde por exemplo, pessoas são homenageadas quando destroem vidas através de suas ilicitudes e continuam sendo prestigiadas por muitos. E parte da história é simplesmente armazenada no depósito do esquecimento. Não importa a raiz, não importa a ação que provavelmente gerou reações, nada justifica matança e roubalheira em nome de coisa alguma. Como é que atingiremos estados mais elevados de consciência se a única coisa que fazemos é matar ou compactuar de alguma maneira. Cometemos estes atos repugnantes contra tudo o que é vivo dentro da natureza. Guerreamos em nome da paz, matamos para saciar a fome, destruímos e degradamos para podermos ter melhor qualidade de vida. Atentamos contra a própria vida todos os dias, comendo em excesso, bebendo verdadeiros venenos, ingerindo e inalando substancias tóxicas e cancerígenas. Ficamos irados, fabricamos nossos próprios venenos em nosso organismo ao ficarmos com raiva e ódio. Muitos ainda precisam de atividades que ajudam a produzir altas doses de adrenalina, fazendo com que seja mantida a sensação de medo; energia densa. Se pensamento gera realidade, se atraímos para nós aquilo que pensamos, se o mundo é o reflexo de nossos pensamentos, se realmente desejamos paz e felicidade, porque é que o mundo está tão corrompido, caótico e barulhento. Porque tanto investimento na preocupação, prevenindo tudo o que pode vir a ser ruim, e tanta preocupação com segurança, com saúde, com educação, com a velhice, e finalmente porque de tanto medo, já que tudo é merecimento. ?Quando prevenimos algo permitimos suporte a esse algo, que poderá ou não se manifestar?. Inverter a visão será o único caminho para a transformação e para a implantação de uma nova ordem que permita viver em um mundo realmente melhor.

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