Luiz Carlos Guglielmetti: Mulher não tem receita Mulher há de…

Mulher não tem receita

Mulher há de ser uma expressão de delicadeza, muito mais pra flor do que para aspereza humana. É um encanto que combina força e beleza, pouco importa se coberta de rosa ou azul.

Ainda que tudo seja breve, se veste de graça, se reveste de brilho que vem da própria alma, e desabrocha na cobiça dos homens, onde o olhar não é assédio, mas admiração, e necessário, caso contrário, seríamos cegos.

Mulher é muito mais que um corpo em movimento, é uma mistura das inquietações humanas, um coisa tão serena e calma, quanto um vulcão adormecido.

Mulher é como uma borboleta que pousa, fica um pouco e parte e se quiser, pode voltar. É como uma nuvem que cobre e arrefece o calor, ou labareda que aquece e faz derreter o coração.

Mulher é um templo onde os olhos são as portas, e tem por dentro um mundo próprio e infinito. Mulher é acordo, discórdia, contradição, é um porto, um mar, um lugar, onde não há acordo, nem rendição.

É maldade inocente, astúcia, malícia, interesse, cobiça, esperteza, carícia e até manipulação.

Mulher é um universo, um encanto, um desencontro, e até um bosque ou um parque, com lugares que dão até medo, e outros que são pura diversão.

Mulher pode ser rude, áspera, inquieta e até desajeitada, mas não é insensível, nem resiste à carícia e ao elogio.

Mulher é uma planície tão calma, quanto a escalada de um desafio. É um monte, um cume, um precipício, um lugar de sonho pra jamais acordar.

Mulher é zelo, é cuidado, é mãe, mulher é um ser misto, metade anjo, metade humano, talvez metade homem, por erro de algum cromossomo.

Mulher, enfim é mistério, não poderia haver receita, não tem como ter bula, nem manual de instrução, se tiver sorte de ter uma, terá que descobrir sozinho o caminho, para extinguir os resquícios do homem, e ter a sorte de sobrar um anjo.

Mulher é o princípio, o meio e o fim, é a razão do homem existir. Não é um destino, é um caminho, um abismo ou um precipício. É um poço ou um fosso, onde um homem pode se lançar, sem medo de se afogar.

Mulher é um perfume que embriaga, com angustias, sorrisos e encantos, como a perfeição da criação.

É uma fera solúvel em água, que dá à vida um certo ar de graça, e que me perdoem os homens, mas a mulher é fundamental.

(Paródia à ?Receita de mulher?, de Vinicius de Morais).

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