Boda Espiritual
Tu não estas comigo em momentos escassos: No pensamento meu, amor, tu vives nua – Toda nua, pudica e bela, nos meus braços.
O teu ombro no meu, ávido, se insinua. Pende a tua cabeça. Eu amacio-a… Afago-a… Ah, como a minha mão treme… Como ela é tua…
Põe no teu rosto o gozo uma expressão de mágoa. O teu corpo crispado alucina. De escorço O vejo estremecer como uma sombra n’água.
Gemes quase a chorar. Suplicas com esforço. E para amortecer teu ardente desejo Estendo longamente a mão pelo teu dorso…
Tua boca sem voz implora em um arquejo. Eu te estreito cada vez mais, e espio absorto A maravilha astral dessa nudez sem pejo…
E te amo como se ama um passarinho morto.