Manuel Bandeira: Satélite Fim de tarde. No céu plúmbeo…

Satélite

Fim de tarde. No céu plúmbeo A lua baça Paira.

Muito cosmograficamente Satélite.

Desmetaforizada, Desmitificada,

Despojada do velho segredo de melancolia, Não é agora o golfão de cismas, O astro dos loucos e enamorados, Mas tão somente Satélite.

Ah! Lua deste fim de tarde, Desmissionária de atribuições românticas; Sem show para as disponibilidades sentimentais!

Fatigado de mais-valia, gosto de ti, assim: Coisa em si, -Satélite.

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