Satélite
Fim de tarde. No céu plúmbeo A lua baça Paira.
Muito cosmograficamente Satélite.
Desmetaforizada, Desmitificada,
Despojada do velho segredo de melancolia, Não é agora o golfão de cismas, O astro dos loucos e enamorados, Mas tão somente Satélite.
Ah! Lua deste fim de tarde, Desmissionária de atribuições românticas; Sem show para as disponibilidades sentimentais!
Fatigado de mais-valia, gosto de ti, assim: Coisa em si, -Satélite.