…E se eu morresse amanhã?
Depois de amanhã estaria ainda presente na vida; Embora inerte, velado, ainda assim existiria; Já não mais vivo, apagado, gelado; Sem mais querer, nem visão; Sem tocar, sem chamar, sem bater, sem pensar, Só com o tal ?Ai? por alguém que se foi!
Com sorte filhos encaminhados, crescidos, amigos…; Vários dizeres dizendo estou subscrito em cada um; Tornem efêmera a dor; Que sempre tem o tamanho do amor; Copiem-me, me leiam, me entendam; Decifrem-me, tentem tentando!
Lamentos, dizeres bem ditos; Exagero talvez, humano é que o fez (eu); Descontem estes, do rol de meus erros; Entendam meus fartos garranchos; Terminem meus deveres consignados, Atrapalhados, honestos, insofismáveis; Tentem me ver pelo prisma Que a doutrina me doutrinou; Mas não façam ilações definitivas; Façam funcionar a balança justa e precisa; …Não vim trazer brigas; Entendam meu ponto inicial!
Se é que vivi sem loucuras Confesso, de fato não sei; Ajudem a me definir, por favor, Ajuda vem sempre a tempo; Peço não deixem esse, gorar a razão Num calor árido fustigar, respingando em vocês!
Trabalhem e vivam bastante; Se encantem, sempre com os pés amigados, Soltos mais rentes ao chão; Pra correr, ficar, dizer não, por que não! Reforço o pedido quase ensandecido; Entendam meu ponto inicial!
Depois que o dever me chamar; Para última volta axial; Debulhem todas as respostas possíveis; Joguem tudo naquela mesma balança…; Quem sabe um ou outro desponte e se lance; …Com sorte explique meu ponto inicial!
Como isso tudo são fatos inconclusos; Conjecturas vãs num momento de pouca lucidez Que não posso afirmar cem por cento; Talvez tudo fique pra depois, do Depois…; E se eu merecer ?um extra da vida?; Agradeço prometendo entender e explicar meu ponto final!
…E se eu não morrer??