Marcus Deminco: INCOMPLETUDE Fica-se sempre um copo pela…

INCOMPLETUDE

Fica-se sempre um copo pela metade Uma canção jamais cantada A promessa prometida De uma jura desonrada

Fica-se sempre um beijo não beijado Uma palavra por dizer O amor contemplado Meio desejo sem prazer

Fica-se sempre um verso não escrito, De uma prosa não rimada. O poema sem espírito. Da poesia desalmada.

Fica-se sempre algum ressentimento Pulsante no peito refutado Toldado querer reprimido Sentimento anelante despedaçado

Fica-se sempre uma vontade inacabada Daquilo que não se pôde fazer Meia falsa verdade justificando O acaso incapaz de deter

Fica-se sempre uma fantasia amortecida Fitando o mundo amuado Lacunosa carência perdida Dissabor do ser desamado

Fica-se sempre algum lamento Aprisionado nos sonhos subtraídos Menos esperançoso os anseios Parcos quereres retraídos.

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