um “verbo” no indefinido… há muito o sol não aparece e assim permanece a escuridão nalgum canto da alma que ama há muito o coração já não espera porque exaurido pendeu e chorou há muito o desassossego aflora a pele e o corpo resigna-se e o desejo se avassala há muito o silêncio deixou de ser calmaria e passou a ser tempestade há muito que a fonte inspiradora perdeu a rima o tom e o verso e o anjo da vida atrofiou as asas que já não fulgura nem alça voo há muito o coração opõe-se a busca e há muito que o casulo lhe abriga é preciso que se morra pra se nascer de novo é preciso saber dizer ao coração que não há espera quando se deseja é preciso dizer a si mesma que o coração que ama lhe pertence mas o coração amado não é preciso dizer aos ventos que o grito não faz eco embora o amor se propague…