Acorda, pois eu ainda agora cheguei… Deixa a luz permanecer, diáfona. Vim buscar-te, mansa e eleita, para te levar no meu manto perlado, a estrela branca da noite, em que a noite não existe, e o dia é uma palavra soletrada.
Acorda, pois eu ainda agora cheguei… Deixa o sonho reinsistir, idolatrado. Vim trazer-te, suave e altaneira, na concha do meu longo regaço, a galáxia azul dos teus ideais, em que a luz insiste, e a sombra é uma porta fechada.
Acorda, pois eu ainda agora cheguei… Deixa o teu âmago fundir-se no meu. Vim ocupar-te em mim, louca e sôfrega, querendo o teu limiar nas minhas mãos, lançando-te nessa profusão inexplicável, nessa dor de existir entranhada, nessa alegria de amar glorificada.
Acorda, pois eu ainda agora cheguei…