Guerrilha da vida
Ei! menino… Você está aí carcomido? Está precisado de uma semideusa? Por afugentar seus pensamentos Necessita de um Deus para a sua semiologia? Por que? Desapegou o seu olhar aflito das estrelas… Desdenhou da única possível certeza… Amesquinhou a lógica da natureza… Abominou o coquetel molotov que criou… Ei! menino… Tem de dar conta da rosa E não esquecer dos espinhos. O vergel é lindo mas têm daninhas Pisoteie somente o que for preciso Mesmo sendo no pomar do agreste A escolha não pode ser antagônica. A bomba cai e, muitas vezes acerta o alvo Nenhum movimento é sempre preciso Mas não subestime os pressupostos Que pode ser o míssil direcionado Ao não contestável. Ei! menino… Acertaram precisamente no seu coração? E nem se importaram? Sentiu o sangue na garganta? E você não morreu? Então, porque não levanta? Sabe menino… Não se ergue por não saber que foi atingido A arma está em sua mão. Não treinou o suficiente Seu aprendizado foi apenas disfarçado A sua escolha é ficar amotinado Protegendo os que estão em seu patamar ideologizado. Ei! menino… Engole esse sangue amargo Ajude a alguém a carregar as pesadas armas Mostre o seu ânimo mais aguerrido Ao menos assim, poderá não ser um alvo surpreendido.