Ode à alma-lua
Ouvir-te, meu desalinho Em desejos, converti-me! Sua voz tem o uivo de uma rajada de vento Que refresca o árido deserto Sua voz, metal das sólidas rochas. Seu sorriso desperta para a vida Suas palavras… Não! São o ponto de atrito entre o que sinto e o que recuas Seu silêncio, meu luar de cinza As barreiras, nuvens que encobrem A prata das noites. Nuvens, todas passam! Luares acontecem como estações E eu vou viver de outono a outono Cada folha caída se fará húmus. Como hidra minha emoção renascerá A cada lua fria Que as nuvens persistem em ocultar.