O mundo anda tão barulhento! Ao pensar em parar pra pensar não dá tempo, não penso. Fragmentaram o sentimento denominaram: bom e ruim. Mas quem me consultou? Sou agora obrigada a pelejar, travar fadigante batalha comigo mesma: Por que todo mundo tem que ser feliz o tempo todo? Quem, afinal, é feliz o tempo todo? Felicidade é coisa efêmera, dá e passa ? penso, agora. É momento que tira o fôlego é paixão, entrega, intensidade, é grito por dentro, mas acaba. Que coisa nessa vida não acaba? Ora! Se tudo muda, se a felicidade grita, hora sim, hora não e lido com isso, que me causa estranheza ao ouvir o som oposto? Shh! Ouça com atenção. Acho que calaram a tristeza! O Som anda distante e abafado. Estará atrás daquela pilha de coisas, aquelas com promessa de desenfadamento? Até a solidão foi junto! Foi e disse que já não existe motivo para melancolia, agora, só ouço o grito estridente da felicidade “todo o resto é vazio” ? assim o disseram. Já era hora! A parte fétida do sentimento se foi. Tomei agora a fórmula que me foi prescrita: “2 colheres de chá de ignorância de 8 em 8 hs, 30 gotas de obliteração a cada 6 hs.” Mas por que ainda escuto a tristeza sussurrar? E que barulho é esse que eu ouço agora? Parece vir daquela pilha de entulhos! Será ele que me tira o tempo quando penso parar pra pensar, mas não penso?