Saberão um dia, o segredo que as ondas guardam nas pedras do cais velho da cidade. Como bate a água salgada nas pedras do cais da cidade que envelhece sendo caduca, como bate o vento e a bruma seca na carne dos seus lábios enfurecido de desejo e no negro do seu cabelo mal-educados, coisa ortodoxa a preço e ducado. Saberão um dia o preço do segredo que a saudade revela nas pedras emporcalhada que perderá o seu essencial ao sacrificar a vida inteira ao invés de revelar o segredo que nunca existiu. O seu silêncio torna-se arma e a inutilidade mal aproveitada, saberão. Saberão um dia qual é o silêncio eterno das pedras, saberão um dia os dialectos dos trovões, saberão um dia a língua dos vulcões, saberão um dia se o homem é este que tem cabeça. Saberão um dia o porquê que as flores são livres quando abrem, saberão um dia o porquê que o homem não é um ser livre, saberão um dia que a liberdade é proibida ao homem, saberão um dia que o homem não deveria ter a cabeça. Saberão que a liberdade pertence aos pássaros, flores que abrem a qualquer hora, mais ainda aos anarquista mal comportados.
Adicionar pensamento