Marta Chaves: Preferia não saber das ruas onde posso…

Preferia não saber das ruas onde posso desfazer-me do desejo. Ir ao encontro das estátuas para me refazer do medo.

A noite é pequena e cabe num gesto atirado ao ar quando se parte sem olhar para trás, nem necessidade de confirmar amor algum.

Tirei tudo dos bolsos. Toquei o rosto para sentir a temperatura. Não estou morta nem vou morrer.

De regresso a casa, a única certeza: que a manhã virá para reflectir a palidez, a habitual dificuldade em existir cedo.

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