Pas comme les légendes urbaines
No alto da montanha A Loba senta alerta. Com seus olhos tudo observa Seu corpo sempre tenso.
Os seus pelos prateados sob os dedos da Lua reluzem escondendo sob seu manto sedoso as cicatrizes de uma vida.
Depois de tantas Luas permanece solitária escorraçando inúmeros lobos que não conquistam seu interesse, não despertam sua curiosidade, e não a excitam pelo desafio.
Um dia uma outra Loba se aproxima. Cautelosa, de passada firme, forte. Senta devagar perto da Loba encarando os olhos dela com respeito e desafio.
Devagar, com admiração e curiosidade seus olhos percorrem a pequena e orgulhosa fêmea.
Reconhece as cicatrizes, sua força, sua astúcia e agilidade.
Percebe a inteligência inibriante e sua combatividade instigante.
Então decide. Sem levantar-se, devagar, avança as patas da frente até deitar-se. Olhando afetuosamente para essa magnífica Loba. Determinada a ser dela e conquistar seu coração.
Não importa o calor do dia, a força da tempestade, a proximidade dos raios, a altura das ondas, o frio da noite,…
Ela nunca arreda pé do lado dela. Quieta, determinada.
Sempre atenta aos desejos dela, aos seus temores e fantasmas.
Sempre pronta para incentiva-la quando ela está sem forças ou em duvida.
Sempre firme ao lembra-la da sua força e coragem quando ela hesita.
Sempre cuidadosa procurando respeitar o desejo de independência dela.
Loba fêmea Que reconhece, na sua amada Loba, a necessidade crônica em provar o quão forte e independente é.
Loba fêmea Que aguarda, paciente, o dia em que ela perceber que não precisa provar nada.
Não para ela fiel Loba que reconhece sua dona.