Se eu contar ninguém acredita Quando meu vestido era de chita:
Já pulei amarelinha Na igreja era cruzadinha De pular corda eu brinquei De charrete eu andei Tomei banho no açude Joguei muita bolinha de gude Com canudo de mamão Fiz mil bolhas de sabão Levei sova de meu pai Sem poder dizer um ?ai? Fui na escola sem comer nada Minha mãe estava acamada Cabulei aula de manha Dor de barriga era a façanha Os terços na vizinhança Não os perdi junto às crianças Corri do touro malhado Depois de tê-lo atiçado Cantei com mamãe na varanda Seu nome estranho era Irlanda Coloquei vaga-lume no vidro Era muito divertido Dormi na tulha que delícia Com os meninos não havia malícia
Hoje tudo está mudado Porém as lembranças deste passado Não tem borracha que apague Serão sempre uma doce saudade…