PRISIONEIRA DE VERSOS Eis- me aqui a tentar me desvencilhar de você, de sua teimosia em não me deixar em paz Tentando por pra fora o que sangra meu ser e fere meu coração quando toma posse infiltrado em meu sangue Sou sua presa, prisioneira de um só álibi que possuo mas nem sempre o encontro para me defender Possuo um único instrumento para tentar essa libertação fugaz que dilacera minhas veias Mas é penoso, doloroso formatar esse plano de liberdade sem conhecer bem meu opressor Começo a juntar as peças necessárias que devo ter em mente para enfrentar este dragão invisível Palavras aleatórias de nada me servem, fogem medrosas sem significado algum É necessário que tenham força, emoção, poesia e saiam do fundo de minh’alma, de meu mais puro sentimento Não posso mais procrastinar esta atitude que me perturba vinte e quatro horas por dia Se faz urgente, senão adoeço de doença desconhecida, morro de morte com causa não esclarecida Cada vez que você aparece é o mesmo delírio torturante, o mesmo pesadelo embriagante Enquanto eu não lhe colocar no papel e gritar para que todos ouçam o que estou sentindo Enquanto eu não lhe transformar em versos, estrofes e finalmente poema… poesia…POESIA Dilacera minhas entranhas, sangra meus pensamentos e me deixa delirando entorpecida. Agora sim, estou livre, livre de você, até que venha novamente se apossar de mim, como uma catarse abismal em meu universo.
