CÂNCER Gostaria de lamentar da vida também… Como um fato comum…mas, não sei se seria justo. Tive longos meses batalhando contra um câncer. Muito doente, tinha hemorragias todos os dias e estava grávida. Precisei muito de força… Mas não tive os meu queridos amigos ao meu lado e não os condeno por isso. Ouvi a médica dizer ao meu pai no telefone que eu estava morrendo. Sim, quando você não está preparado pra guerras que você simplesmente não compreende, é difícil mover a luta. Diziam que eu não poderia ter aquele filho. Que ele não teria saúde, entre outras coisas intragáveis. Ah, me espanto com minha própria lembrança. Minha alma estava no escuro, pois a vida já não me trazia sentindo de amar. Havia quatro paredes dentro de mim e sobre mim. Meu filho, era Deus no meu corpo, manifestando esperaça no meio de tanta dor e abandono. Até eu mesma me abandonei, me odiei, acreditei em cada ranger de dor da minha carne. Mas, a única coisa que eu não podia abandonar, era o meu filho. Queria que tudo me ocorresse, mas que nada atingisse a ele. Eu pedia pra Deus que eu fosse atingida, mesmo questionando a minha fé, meu merecimento… Acordava e dormia fazendo preces para que o meu filho ficasse bem, e fosse muito amado por todos, nunca pedia algo pra mim, eu só queria poder olhar o rosto do meu bebê. Polpando vocês de detalhes intragáveis …Quero que saibam que Deus não foi bom comigo. Ele foi maravilhoso o tempo todo… O câncer regrediu e desapareceu após o abraço que Deus me deu… o nascimento de Benjamim. Lido com a realidade de forma clara, estou aprendendo a viver em um corpo, mente e espírito que muitas vezes se contradizem, mas estou tranquila, pois quem elabora minhas lições é maior que tudo isso! Deus me deu um tempo da vida para amar… e este é o meu maior motivo pra querer amar verdadeiramente as pessoas desconhecidas ou não, afinal o amor é cego.
“O coração tem razões que a própria razão desconhece.” A cada dia esta frase compartilha novos sentidos em mim.