POR ONDE ANDASTE?
Palavrei todos sentimentos que saíam do meu âmago E pronunciei todas letras que vinham em minha mente.
Entoei todos hinos que invadiam o meu espírito E dancei todos passos que excitavam meus pés.
Escalei montanhas, zanzei em todos cantos do mundo te procurando, Mas lá não estavas.
Gritei pelo teu nome o mais alto que pude, E podes crer que até os surdos ouviram; Consultei adivinhos e ciganos Mas nenhum deles soube me dizer do seu paradeiro.
Rasguei as vestes, rebolei sobre o chão Como se de um maluco me tratasse.
Por tua causa perdi tudo que tinha Até o meu “eu” ficou sem norte; Era tanta dor que para suportar a tua ausência, Só me restava a morte.
Foram tantas estações de surto Que sobrevieram chuvas ácidas sobre os meus olhos. Houve tempo em que já não podia mais chorar, Pois as lágrimas já estavam escassas em mim.
Orei e jejuei mesmo sendo ateu Nem sei o que me deu.
Afinal, por onde andaste?