Múcio Bruck: A culpa foi da desatenção… Madruguei…

A culpa foi da desatenção…

Madruguei não me sentindo em mim Não reconheci minhas mãos, meu corpo Meu olhar, pensamentos e ideias confusas Nada compunha o que conhecia ser meu eu

Corri à varanda, debrucei-me no parapeito Olhei em direção do horizonte inda escuro Recebendo a alvorada e o céu aos poucos Coloria-se de furta-cor, trazendo o dia

Memórias solapavam lembranças Cuidadosamente, cuidavam de me confundir Dos sentidos, sentimentos, emoções ao meu eu Nada se encaixava no conhecido amar-me

Eras passadas, momentos repetidos se apossavam Desde meus quereres ao confuso ser que és… fostes Por instantes eternos, fui presente em desconstrução E o que ali importava era o início de meu resgate

Demorei a compreender tal incompreensão Livre, me encontrava ao largo de sua prisão Tomei posse de meu eu, te encontrei em foto Sorriso largo, alegria sadia, captada, aprisionada

Ao fundo imponentes, belos e elevados montes Se descortinavam imóveis, em cores vivas… mistas Aurora abrandada, distância para onde desejava ir E fui… em suspiro, alma alada, tomada da graça tua

Deixei por conta da história, vigorar o assenso da euforia Desejando abraço vivente de um amor extinto, já ido Que se aceso, inda aflorado, exilado estaria, sem norte Sem ar, em vagido, ávido de ter havido melhor sorte

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