Múcio Bruck: Depois da porta… Dói a dor que não…

Depois da porta…

Dói a dor que não tem nome Que vem, prende e consome Dói não entender tantas vozes Que só ou em coro falam ferozes Línguas arcaicas que desconheço Vindas sem pressa em seu começo Dói os vultos que passam ao lado Sombras que migram desfiguradas Para dentro de meu lugar particular Dói a fome ávida e desconhecida Sofrida, gritante, jamais tida ou sentida Dói rezar ao pé do altar e ver crucificado O Santo de minha fé tão maltratado Dói o desejo de partir no primeiro vagão Pois se conta que a cura da sofrida emoção Reside depois da porta da velha estação

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