É no jardim do desamor que floresce a dor…
Lembra-se daquele tempo em que me fazias sorrir? Nunca se atrasava e, por vezes, trazia-me algo Uma manuscrito em rima, um bombom, uma flor Mas, o principal, você se trazia inteiro, completo
Lembro-me de seu olhar e perfume a cada chegada E durante o tempo passado juntos, de cada seu toque Fazias de mim, merecedora do paraíso havido em nós Sentia ser normal, viver a paz e a vida de bem querer
Desapegos materiais me vieram naturalmente Cedi aqui, ali, abri mão de egos, nada que um dia Falta fizesse ao meu eu e me senti mais gente Mais bem vinda em mim mesma, mais mulher
Por isso, já não me reconheço no espelho Essas marcas que deixaste em meu corpo Não são minhas, são resultado de incompreensões De esquecimento de quem somos e nos tornamos
Meu sangue não deveria sair de minhas veias Me ser retirado pela insana e violenta ação sua Meus braços, acolhem o resultado de sua ira Que desejo insano é esse de admirar minhas lágrimas¿
O que ficou por ser dito? O que já não te alegra em nosso amor sonhado Se é que o amor sobreviveu à sua mão espalmada Sou frágil, sou aquela que te espera, que se entrega
Vago assustada, só e ferida e não sei explicar Em qual momento de minha… nossa jornada Seu amar, carinho puro e fiel, se tornou gelo E a alquimia de minha alegria, virou pesadelo