Múcio Bruck: Eternamente… Ela soube a razão do…

Eternamente…

Ela soube a razão do atraso Não fui porque havia na praça Mais que sangue derramado Um corpo sem vida, sem amparo

Sob meu pés, o solo rachado À minha volta, curiosos atentos Nada mais há de se fazer Chama apagada, sem vela, sem nada

E a me esperar, estava minha amada Que ao meu lado, me faz inteiro Me torna único, seu menino Que brinca de amar, amando

Olho em teus olhos e vejo a primavera Num canto o outono, noutro, o verão E a primavera a passear alada, sem direção No céu de seu olhar, no amor de meu amar

Meu refúgio se esconde em seu abraço Pra onde corro, faminto de carinho Sussurrando em mim, um grito de quem ama Bem baixinho, bem profundo, explícito

Estremeço, vou da terra ao inimaginável Sentido da certeza de que mesmo frágil Com a alma arrebatada, num sem limites Alço voo, pousando certeiro, em beijo faceiro

Desses que tocam os lábios e se atam Saboroso e sem pressa… flecha de querubim Sutilmente certeira, nascente a me saciar Estava selado: eras para mim início e fim

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