Moça bonita…
Busque em casa de Dona Filó Um verso simples, que tenha gosto Sabor de caminho estreito e reto Travessa que atravessa o rio claro
Caminho de caminhante sem rumo certo Ou de certo só tem o rumo Que deseja nele encontrar Um pedaço de história ou um nascer de favo
Não me traga em sua volta nada triste Não me conte coisas que não seja mais Que boas novas ou que venha em silêncio Um silêncio falante de tudo o que vistes
Moça bonita Vá assim mesmo, de sandálias Saia de chita e cabelos ao vento Caminhe tricotando sonhos audazes
Ouça mais, sem nada dizer Dona Filó lhe contará prosas Histórias de curupira, até de boi tatá Falará de estrelas, rosas e sonhos
Se quando sair, notares que ronda, insano Ao acaso um vento frio, vindo do norte Volte logo, apresse seu passo Pois é ali que toda brisa morre!