Velho Chico…
Disseram que nascia um rio Logo acima, onde finda a vereda Nascente de água límpida e frágil Que aos poucos se agigantava
Vi brotar da terra a dita nascente Observei as gotas incontidas Fluindo, compassadas e servis Pareciam saber o destino a cumprir
Iam, aos poucos formando córregos Desviavam daqui e pra ali Sempre e cada vez mais vivas Água de minha sede, formando um rio
E do rio formado, correntes Vieram lá da nascente, num repente E com as águas fortes, crescidas Brotaram lendas do rio de peixes viventes Contada sobre boto e Iara, até boi Tatá
Deram ao rio nome de Santo São Francisco, rio de lendas Mas antes dos contos criados Era ele o rio, uma estrada de água
E foi no leito acordado Que adormeci embriagado Pela beleza do rio que mar já era Na sua largura, em minha ilusão
Criamos, eu e o rio, intimidades Tamanha era que, mais idoso que eu Tratei-o de Velho e Velho não era Era criança, feita de águas, sonhos e lendas