Viva Flor. . .
Brotei na barranca, morada minha À beira das águas, contíguo à vereda Guardo secretos segredos findas verdades Sou feita de brandura, atenta e avivada
Me falta a voz, mas não sou mouca Assim, nada digo aos passantes Minha existência é breve em seu durar Exalo olor mágico, para sequestrar atenções
Sou f lor frágil, aguerrida à beira rio Admiro águas que passam peixes Não conto horas corridas, nem as lentas Amo garoas, brisas e ventos leves
Somo os minutos de minha eternidade Conto estrelas, umas, mais que outras Que flutuam acesas nas profundezas etéreas Quanta paixão ainda há na leveza dessa ação?
Me arrepio ao beijo do beija-flor Meu corpo treme, se arrepia. . . e nada entende Sinto em cada curioso olhar, ser ternamente rara Vivamente incontida, explodindo em amor de flor