SILÊNCIO BREVE
Eu nunca vou dizer que te amo Porque sei que o tempo urde Contra mim, que te conta Como dele. E eu sou um operário calado Uma abelha que não zumbe Mergulhado todo na flor, Darei-te o néctar que encontrar, Isso eu te dou, Porém minha palavra não ouvirás. Não que a mantenha num calabouço. Desnecessário é repetir o que é. Tantas vezes disse, E tanto sei, Que me investi assim, calar, Não mais dizer que te amo.