SILÊNCIO
?Silêncio, estou ouvindo Mas não sei se o que ouço É de fato aquilo que sinto Ainda não sei o que realmente sinto Entre suspiros e sussurros Estou na estrita observância Da indigência mortal
Ando pelas vielas da cidade Sem discernir o que o silêncio diz Talvez, por onde passo, Pessem as pessoas que estou desnorteado Realmente estou sem um norte, Sem uma estrela para me guiar Fico, então, com a mente a luar
Vejo, atrás dos montes, o sol se pôr Olho as planícies sendo tomadas pelas trevas O vento, agora, sopra misteriosamente Como se algo assustador fosse acontecer Ouço estranhos ruídos, morcegos, sedentos, Procuram uma vítima. Querem sangue
Com um mordaz medo Sentei-me no chão sujo, como se eu nada fosse Abracei meus joelhos, em lágrimas Olhei para o céu estrelado E, enfim, rodeado por trevas Pude contemplar a esperança.?