Fardo
Meu corpo arde desejoso Sente a falta do seu Vê passar o tempo incólume Na pele enrugada e sem brilho Nos contornos perdidos Na mente ficando demente…
Que imagina seu corpo enrijecido Tocado por outras mãos Enquanto as do meu corpo tremem Não de prazer Mas pelo tempo incólume Que me leva embora
A máscara que se desenha em minha face É a do tempo passando tão rápido Ornamentada pelas rugas sulcadas E a púrpura nos olhos cansados Até do próprio carnaval E de todas as minhas fantasias
Meu corpo admite (e sente) a velhice E recorda o seu juvenil Espera sem pressa a hora De libertar-se desse peso Que obriga minha alma pesada A carregar esse fardo