O velho Chico
O velho Chico Observa da varanda Patos e galinhas Correndo em seu quintal Sem se preocupar Com o tempo a passar
Seu olhar vagueia sem fixar Em ponto algum Ou fixado num outro lugar Que mais ninguém pode enxergar Além do velho Chico Sentado na varanda
O velho Chico Nem tão velho assim Se deixando envelhecer Da tristeza que a alma Insiste em demonstrar No seu olhar
O mato cresce em volta Mas ele parece não perceber Continua olhando da varanda Como se esperasse por alguém Que não vai mais chegar Para alegrar o seu olhar