NARCÓTICO
A saudade aperta Sem dizer de quem Talvez de mim mesma Em outra época Quando eu era mais eu Sem nenhuma dependência
Dos vícios adquiridos O fumo e a bebida Matando aos poucos Mas nada comparado À pressa de morrer Pela falta de você
Amor unilateral Jogado no despenhadeiro Subjugado e escravizado Restrito a imaginação Que faz pulsar ainda o coração Friamente executado
Crack na alma alojada Impulsionando o pouco da vida Num bem de um mal constante Na eterna espera da hora Em que se fará presente O maior de todos os meus vícios
O tom de cinza nos dias De tantas cores alheias Fogem ao meu sentido visor Lavado e levado nas águas Que escorrem na surdina Do meu delírium tremens