EU ME NEGO À MALDADE
Não vejo um palmo diante do meu nariz, Porque a minha visão eu refiz. Escureci para esse mundo que não quis Desfazer-se da agonia De fazer o mal todo dia.
Eu me nego à maldade, Ao egoísmo ou à falsidade. Me nego ao que me incomoda, Mas que a tantos engorda: Regozijar-se sobre quem Vive sem um vintém; Sobre quem é fraco de verdade Porque é vítima da crueldade.
Eu enxergo distante. Enxergo longe. Enxergo grande. Busco o amor que se esconde No coração de quem Só pensa em fazer o bem, Sem mesmo olhar a quem. Espero pela cumplicidade De quem só quer a igualdade.
Acredito na bondade, Na partilha e na irmandade. Acredito nas almas boas Que habitam em algumas pessoas. Acredito no que duvido: Que não haja amor entre os humanos E que todos os homens são tiranos.
O mundo só é mau para quem se nega A amar uns aos outros sem distinção E sem fazer sobreposição. O mundo pode o bem dividir, Se cada um, que sabe de si, Reconhecer que amando o outro É que se pode ser feliz.
Nara Minervino