MISTURA FINA
Na alvorada de cartola Decidirei com que roupa irei, Darei nome às favelas; Vou chamar Carola pra sacudir, Do jeito que o rei mandou!
Com a perna no mundo Estarei de sorriso aberto, Um menino sem juízo Sagrado e profano. Meu sexto sentido me diz: Que ainda é tempo de viver feliz.
Agoniza mais não morre A batucada dos nossos tan tans, Foi um rio que passou em minha vida! Quantas esperanças perdidas; Judia de mim, Minha flor de lis. Mas, sei que as rosas não falam Eu e a dor, Mulher ingrata! Se acaso você chegasse No trem das onze, Com essa meiguice descarada. Pra mostrar que o samba da mina terra Vem em carta musicada, Naquela mesa, Só cantamos sementes do samba, Meu sapato já furou, Meu ex amor (Martino da Vila) Buscou o candeeiro de vovó, No catendê de sinhá.
Quando o samba veio me buscar Pra uma fina batucada, De planos e panos Você abusou.
Pra acabar com essa tristeza Não quero mais saber de nada Samba de dois em dois
Esse é meu doce refugio, As coisas que mamãe ensinou. oh Verdade. Não deixe o samba morrer…