Nicola Vital: DEMOCRACIA OU TIRANIA? O conceito de…

DEMOCRACIA OU TIRANIA?

O conceito de democracia, grosso modo, consiste em dizer que é um sistema do governo em que o povo exerce a soberania. Neste sistema de governo o poder é exercido pelo povo através de seus representantes por eles eleitos. Desde o Brasil colônia nosso maior sonho e luta perpassa à busca por uma democracia sólida, consistente e persistente. Até vivenciamos em outro contexto lampejos desse sonho. Ainda que de forma incipiente e intermitente durante os governos republicanos. Ironicamente entre os anos de 1946 a 1964. Em que ensejaram a dita primeira democracia. Mesmo apresentando vestígios de um liberalismo populista denotou-se grandes avanços à manutenção da democracia, mesmo não estando a contento de sua fiel amplitude. Todavia, o preço pago por esses avanços e uma possível antagonia ao mercado estrangeiro e seu projeto neoliberal que sentiu-se ameaçado, suscitou a abominação ao pensamento democrático através do conluio entre o capital estrangeiro, as forças repressoras e a dominação política imperialista. Por conseguinte esse sonho definitivamente seria subtraído pela força das armas ostentadas pelos ?homens? em detrimento do próprio homem. Com o advento da famigerada ?ditadura militar? no país esse sonho logo se transforma em pesadelo. ?Tão real como real era nosso sonho?. E consigo trazia toda sorte de atrocidade e segregação dos mais elementares direitos à cidadania como: O direito de ir e vir, à livre expressão e o mais sublime, o direito à vida. Que naquele contexto passa a pertença à tirania que se instala. No tempo em que dava-se início o retorno à barbárie, consolidava-se ainda mais a exploração do ?homem? pelo homem. Para citar o filosofo alemão Karl Marx. Na luta por esse sonho muitos tombaram outros obrigatoriamente deixaram seu país, familiares, razões e paixões. Como os pássaros a perder seus ninhos. Neste momento me debruço sobre esta narrativa objetivando entender a razão pela qual fechamos os olhos a um passado tão próximo em que feridas ainda permanecem abertas e sangrando. Quiçá por uma lógica pífia e esquálida quão o ódio que impera em nossos corações contradizendo o imperativo categórico Kantiano. Ou talvez sobre o pretexto de combate à corrupção. Uma máxima incoerente por assim dizer. Uma vez que os fins não justificam os meios. Enfim o contexto político atual nos remete ao iminente perigo desses atores que outrora promoveram a barbárie desconstruírem as ideias e as conquistas democráticas e inclusivas dos últimos 16 anos. Conquistadas à duras penas. Mergulhando-nos à tirania. Aonde não há lugar para as ?minorias?. A tirania se alimenta da barbárie e a barbárie consubstancia-se da execração humana. O tirano abomina até mesmo a beleza das artes advinda dos ?homens? de bom senso… Bem disse o filosofo e sociólogo Theodor Adorno (…). ?Escrever um poema após Auschwitz é um ato bárbaro, e isso corrói até mesmo o conhecimento de por que hoje se tornou impossível escrever poemas? (Adorno, 1998, p. 26.). Ora, vejam só, aqueles que ameaçam as mais altas cortes constitucionais, o que fariam eles ante à nossa liberdade de expressão? Vinte e oito de outubro próximo, é o dia do veredito, você será o Juiz. Absolve ou assassina a jovem democracia Brasileira.

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