No name: Nunca nenhum homem caiu apaixonado por…

Nunca nenhum homem caiu apaixonado por mim. Nem chorou na minha frente. Nunca pediu perdão por coisas que não fez. Nunca nenhum amor me deu vontade de não ferí-lo. Nunca nada. Sempre nada. Nada, nada. E assim, fica como nada. Um cheiro, um aceno. Um vazio, um amargo. E passa o tempo, e eu me refaço. Me refaço de pedaços que eu não sei. E se sei é apenas porque não vejo, e não sinto. E se não sinto é nada. Sempre nada. Nada sempre. Sempre, sempre. Nada. E assim vai, esse amontoado de nada. Nada pra lá, nada pra cá. Nada aqui. Hoje é o último dia de verão, e nada. Nada, nenhuma carta, nenhuma esperada visita inesperada, nenhuma declaração armazenada, nenhuma coragem designada; nada, simplesmente nada. E agora são 23:51 e nada. Nenhuma reclamação, nenhum recebimento, nem agradecimento, e essas coisas. Nenhuma dor nova, só aquelas dores velhas, que cutuco pra não esquecer que às vezes não fui nada, ao menos pra mim. Nada de telefone, nada de email, nada de surpresas, nada de chegadas. Nada, nada, nada. O dia todo passa, e fica nessa, nada, nada, nada. – Estou morta ? – Está nada, nada, nada.

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