O Galo
As sirenes gritam entre vielas e becos Enlouquecidamente. Já eu carrego sentimentos Separados em gavetas. Minhas lembranças pueris rimam com a poeira nos móveis. Neste final de tarde A velocidade da cidade Não me faz vítima. De longe ouve-se O desespero de uma gata no cio. De cá nenhuma resposta. Sei que as seis acordarei Com o galo da vizinha me lembrando Que habito uma metrópole provinciana.