Por ti espero naquela roça grande no perfume do izaquente no sopro do vento irrequieto no riso da montanha misteriosa.
Por ti espero junto ao secador que meu avô ajudou a construir e o cheiro do cacau invade o corpo que acalenta a esperança de rever-te.
Espero sentada no caminho que vai até à Grota e serpenteio a estrada de Belém onde as fruteiras espreitam o sol e o vianteiro.
Por ti espero na calma do poente entre a ânsia e o amor que me consome.
A tarde vai caindo e nostalgicamente arrastando o meu dilúvio de ternura.
Por ti espero ainda no breu da noite imensa na raiva que a paixão derrama e sangra e é o tam-tam da madrugada que me obriga a apagar da memória a tua imagem