Paul Verlaine: Meu sonho familiar Sonho às vezes o…

Meu sonho familiar

Sonho às vezes o sonho estranho e persistente De não sei que mulher que eu quero e que me quer, E que nunca é, de fato, uma única mulher E nem outra, de fato, e me compreende e sente.

Compreende-me, e este meu coração, transparente Para ela, não é mais um problema qualquer, Só para ela, o meu suor de angústia, se quiser, Chorando, ela transforma em frescura envolvente.

Se é morena, ou se loura, ou se ruiva ? eu ignoro. Seu nome? É como o nome ideal, doce e sonoro, Dos amados que a vida exilou para além.

Seu olhar lembra o olhar de alguma estátua antiga, E sua voz longínqua, e calma, e grave, tem Certa inflexão de emudecida voz amiga.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *