O amor por terra
O vento derrubou ontem à noite o Amor Que, no recanto mais secreto do jardim, Sorria retesando o arco maligno, e assim Tanta coisa nos fez todo um dia supor!
O vento o derrubou ontem à noite. À aragem Da manhã gira, esparso, o mármore alvo. E à vista É triste o pedestal, onde o nome do artista Já mal se pode ler à sombra da ramagem.
É triste ver ali de pé o pedestal Sozinho! e pensamentos graves vêm e vão No meu sonho em que a mais profunda comoção Imagina um porvir solitário e fatal
É triste! ? E tu, não é?, ficas emocionada Ante o quadro dolente, embora olhando à toa A borboleta de oiro e púrpura que voa Sobre os destroços de que a aléa está juncada.