Poema de Shelley citado em Huberman, Leo, História da Riqueza do Homem, Zahar Editores, 17 ed.: Homens da Inglaterra, por que arar para…

Homens da Inglaterra, por que arar para os senhores que vos mantêm na miséria? Por que tecer com esforço e cuidado as ricas roupas que vossos tiranos vestem? Por que alimentar, vestir e poupar do berço até o túmulo, esses parasitas ingratos que exploram vosso suor ? ah, que bebem vosso sangue?

Por que, abelhas da Inglaterra, forjar muitas armas, cadeias e açoites para que esses vagabundos possam desperdiçar o produto forçado de vosso trabalho? Tendes acaso ócio, conforto, calma, abrigo, alimento, o bálsamo gentil do amor? Ou o que é que comprais a tal preço com vosso sofrimento e com vosso temor?

A semente que semeais, outro colhe. A riqueza que descobris, fica com outro. As roupas que teceis, outro veste. As armas que forjais, outro usa. Semeai ? mas que o tirano não colha. Produzi riqueza ? mas que o impostor não a guarde. Tecei roupas ? mas que o ocioso não as vista. Forjai armas ? que usareis em vossa defesa.

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