Procuro palavras, rabisco frases inacabadas. Vasculho sentimentos meus nesta confusão que encontro dentro do meu coração. Tento falar para o mundo mas sons vindos da alma não conseguem romper a barreira do espanto. Esse e o instante que me devolvo a você. Que me envolvo em sua luz e que passo a ser o brilho que vem de você. Esse é o momento da voz que emudece, do corpo que para, das mãos que se quedam. E chegada a hora da celebração da alma. E é assim que meus olhos percebem na quase escuridão desse dia que amanhece, uma pequenina estrela, por pouco não mais que um pontinho brilhante, balançando solto no espaco. E vai clareando meu corpo. De azul e rosa colore meus sonhos. E de dourado tinge meu caminho como um sol na preguiça do amanhecer. E as frases perdidas se encontram na porta do coração, sentimentos confusos se ajeitam dentro da alma. As mãos, inda ha pouco paradas, tremulam suavemente. O corpo, como um sopro, se curva a esse instante tão belo, tão raro. E a voz, por tanto tempo calada, timidamente ensaia uma canção de ninar.