Poeta Júnio Liberato: A Flor e Eu Estou só, na companhia de…

A Flor e Eu

Estou só, na companhia de uma flor, e posso com fidelidade, sem culpa confessar que suas pétalas acariciaram meu ser Enquanto, seu perfume diluía a minha dor.

Sinto que ela pode me ouvir, e sem rancor, mesmo sendo meiga e inanimada Contei dos meus lamentos sobre o amor e os desabafos de minha infância roubada.

Também solitária, caída ao chão Ali mesmo, compartilhamos os nossos medos. E só por uma noite ela foi a guardiã mais sincera dos meus segredos.

Dividimos sem preconceito algum as marcas que nos foram deixadas As cicatrizes que o tempo não levou e a vida renovou com suas garras.

Queria que esta flor rosada, não sofresse a ação do tempo. Nem, que perdesse sua forma ou caísse, ao ser violentada pelo vento.

Assim como ela, eu choro não por covardia, nem por falsidade, Choro, por ter tido a alma ferida, choro também por sentir saudade. Também tive algumas pétalas arrancadas, por puro prazer, de quem sente ao nos fazer maldade.

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