COMPOSTO DE AMOR (soneto)
No eu também, o que em mim vistes Avultando o encanto, dando portento Ao próprio feitiço, elogios e fomento Deveras díspar das que outrora ouvistes
És amor, sem dúvida, paixão. Portanto Pense nos desencontros que sentistes Tão secos, ásperos e de causas tristes Que por mim, eu me derramo em pranto
Amador, me aflige, e é tão medo tanto Que a dor inventa, tenta, o que não existe Em tempo algum, pesar sem algum canto
Aí, em lugar de acalmar, a aflição insiste Não desiste, é dos loucos, sem espanto Dos amantes, assim, o tal amor consiste
© Luciano Spagnol poeta do cerrado
Cerrado goiano Olavobilaquiando