DELÍRIO (soneto)
Descalço, mas pro cerrado não cabe tento Em no teu chão, a total admiração extasia E, em frêmitos pasmos, o meu olhar dizia: – suntuoso, com todo possível argumento
Cantam os jatobás, encantados, ao vento Fremente, os Joãos, Marias… os bóias-fria Vão nos caminhos, cada qual na teimosia Fazendo do dia em um novo nascimento
Em suspiros, seriemas, num agudo grito No horizonte se misturam com o infinito Regendo a alma do sertão num frenesi…
Neste fazer arrepiar em um doce arpejo Na admiração, a diversidade em cortejo Tudo se cala, ordena o delírio… Obedeci!
© Luciano Spagnol poeta do cerrado
Cerrado goiano Olavobilaquiando