Mastigação
Deixando os sonhos de lado Com que a pouco sonhava Por causa dum desagrado Com o meu eu, eu brigava
Dizia então: és um danado – eu? E assim retrucava Amanhava tal a um arado O coração dor transportava
Quem mais penava (coitado!) Era o devaneio. Gritava! Todo amarrotado Angustiado estava!
O tanto, porém, largado Porém pouco se levava O ganho que for tirado Perde. E a alma não será escrava!
E, ao fim, deste fatigado Dilema, eu me encontrava Com a plenitude no fado E o resto, a poesia mastigava…
© Luciano Spagnol poeta do cerrado 2018, outubro Cerrado goiano Olavobilaquiando