OS SESSENTA (soneto)
Os sessenta anos duma alma inquieta Cabelos brancos, a face vivida, poente Os olhos no qual se trova inteiramente Bagatelas, onde mora a emoção poeta
Um sonhador de sentimento profeta De palavras que falam, inda inocente Versos que do peito saem de repente Docemente, em uma parição secreta
Uma determinação tão só, tão largada Que o silêncio urge, no invento venta A sorrir, e ou a chorar, lhe é camarada
E se na parada se senta, pouco tenta Aquieta, numa má sorte da derrocada. São os encantos de se ter os sessenta…
© Luciano Spagnol poeta do cerrado
Cerrado goiano